hormigas revista forestal electronicaPragas florestais: muito além das formigas

Amanda Scandelari
Estre as pragas florestais que mais devastam os plantios de pinus e eucalipto estão as formigas cortadeiras, mas os intrusos prejudiciais às florestas vão além delas. Para combatê-los é preciso saber como identificá-los e as formas de controle

A praga de florestas plantadas mais conhecida é a formiga cortadeira do gênero Atta. Segundo alguns pesquisadores, um formigueiro adulto precisa de uma tonelada de folhas para sobreviver durante um ano, o que significa 86 eucaliptos adultos e 161 pinus, também adultos. No entanto, as formigas não são as únicas pragas que causam prejuízos às florestas plantadas. A Embrapa Florestas destaca, entre várias outras, mais três pragas relevantes de pinus e cinco de eucalipto.

Propagação
Geralmente, quando uma espécie de planta é introduzida em um novo ambiente ela permanece, por um período, livre do ataque de pragas. Porém, com o passar do tempo, pode ocorrer uma adaptação tanto de pragas nativas, como a introdução e estabelecimento de pragas exóticas, geralmente da mesma região de origem de seu hospedeiro. Em ambos os casos, o alimento abundante, associado à ausência de inimigos naturais (para as pragas exóticas), favorece o aumento populacional destes organismos e, consequentemente, a ocorrência de danos e prejuízos ao produtor.

A propagação vai depender do tipo da praga. Por exemplo, brocas de madeira podem ser propagadas por meio de madeira infestada pelas larvas; insetos sugadores, como os pulgões e psilídeos, como também podem ser disseminados pelo vento.

Pinus
O cultivo de pinus pode ser atacado por vespa-da-madeira (Sirex noctilio), pulgão-gigante-do-pínus (Cinara atlântica), gorgulho-do-pínus (Pissodes castaneus) e o macaco-prego (Cebus apella).

De acordo com Susete do Rocio Chiarello Penteado, pesquisadora da Embrapa Florestas, o ataque da vespa-da-madeira ocorre, geralmente, em plantios com idade acima de 7 anos que estejam estressados. “Os sintomas são respingos de resina no tronco; amarelecimento da copa; orifícios de emergência na casca; e galerias no interior da madeira, provocadas pelas larvas e manchas azuladas, dispostas radialmente, ocasionadas pelo fungo secundário do gênero Botriodiplodia”, explica. Esta praga causa a morte das árvores ao inserir, durante a postura, uma muco-secreção e esporos do fungo simbionte Amylostereum areolatum.

Susete esclarece que no Brasil, a vespa-da-madeira apresenta um ciclo biológico de um ano, com a revoada de outubro a meados de janeiro e picos populacionais…

Malinovski Florestal - Curitiba  .  BRASIL - 29 junio 2015