Movimento dos Sem Terra BahiaMST gera insegurança e prejuízos na Bahia

As ações do Movimento Sem Terra (MST) na Bahia têm causado prejuízos econômicos em diversas regiões do Estado.

Mário Pinho
As ações do Movimento Sem Terra (MST) na Bahia têm causado prejuízos econômicos em diversas regiões do Estado.  Na Ilha de Itaparica, por exemplo, os investimentos voltados ao turismo podem estar em risco graças à onda de ocupações irregulares de terra que ocorrem na região, atribuídas ao MST por lideranças políticas.


Um encontro para discutir o assunto, realizado ontem no Meditarranée, reunindo vereadores, proprietários de terra e outros membros da comunidade, foi subitamente interrompido quando, segundo informações, membros da Câmara Municipal decidiram retirar-se do evento, prometendo retornar somente após alguma intervenção no caso por parte do governo.

As conversas são de que os Sem Terra estão invadindo terrenos, vendendo as áreas pertencentes a terceiros. “Chegam a montar pequenos “stands”, anunciando lotes e até villages, como se fossem donos das áreas”, denuncia um dos prejudicados que pediu para não ser nominado.

Estima-se entre o meio político o MST como uma das entidades de caráter social que criam as maiores dificuldades para a recuperação da popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT). Ao Movimento são atribuídas denúncias sobre invasão de áreas urbanas, presumivelmente tentando obter ganhos ilegítimos, além da prática de “venda de segurança”, que é quando os proprietários são ameaçados de terem suas áreas invadidas, se não pagarem uma “taxa de proteção”.

As soluções para esse problema tem sido alvo de constantes cobranças ao governador Rui Costa (PT). No sul do estado, por exemplo, contam-se as dezenas de ordens judiciais de despejo que a Polícia Militar não cumpre, gerando um ambiente de insegurança.
O problema avança sobre a economia baiana, uma vez que a Veracel, indústria de celulose, decidiu reavaliar sua decisão de duplicar a planta atualmente em operação, em razão de supostas agressões atribuídas ao MST. Representantes da empresa alegam que a situação persiste  mesmo após um acordo formal entre eles e os sem- terra, onde a Veracel teria cedido mais de dez mil hectares de terra ao Movimento.

Especula-se que este caso já chegou ao conhecimento do governador Rui Costa, através de uma reunião de emergência solicitada pela prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira (PSD), e seu marido, o deputado estadual Robério Oliveira (PSD), a pedido dos dirigentes da Veracel.

Nos arredores da cidade, as ações do Movimento Sem Terra levaram o Ministério Público a coordenar a derrubada de construções em áreas particulares, sem a consideração por critérios legais e ambientais. A ação do MP contou com o apoio de secretários da gestão municipal.

Tribuna da Bahia - BRASIL - 19 noviembre 2015