Paraná como um pulmão de reflorestamento do Brasil

Produtores investem no setor florestal e ganham mercado internacional. 
O Paraná é reconhecido como um dos principais produtores de grãos do país. Mas, atualmente, também está sendo conhecido como um dos pulmões de reflorestamento do Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), o estado é o mais competitivo com os principais produtos da madeira de reflorestamento. Para ter uma ideia deste cenário, a renda gerada ao produtor por um hectare de soja da produção resultou em R$ 3.500. Enquanto o plantio de Pinus e Eucalipto gerou R$ 3.600 na mesma área.

Em 2014, o estado foi responsável por 73% de toda a exportação de Pinus compensado do Brasil. Este índice foi a se repetir no primeiro semestre de 2015. São aproximadamente 700 empresas ligadas à atividade florestal, que geram mais de 32 mil empregos diretos por ano.

Na região de Guarapuava, por exemplo, são 60 mil hectares plantados de Pinus e Eucalipto. "O setor gera de 7 a 8 mil empregos na região, isto envolvendo a indústria da madeira e de papel", comenta Júlio Agner, coordenador regional da Fiep.

O reflorestamento é usado nas indústrias para fabricação de pasta mecânica, celulose, madeira serrada, chapas e móveis. "A indústria de uma forma geral está sofrendo bastante com a crise econômica, especialmente aquelas que trabalham para o mercado interno. Então, a valorização do dólar passou a viabilizar algumas indústrias que trabalham com exportação", explica Célio Cunha, produtor florestal.

A alta produção de Pinus na região Centro-Sul é estimulada pelo clima e pelo investimento no melhoramento genético. No entanto, mesmo com o melhoramento genético, as árvores não estão livres da vespa da madeira, uma praga que atinge as plantas a partir dos sete anos. "Essa vespa coloca os ovos e o fungo que são tóxicos à planta. Por isso, é tão importante o seu rápido controle", diz a pesquisadora da Embrapa Florestal, Susete Penteado.

A Embrapa desenvolveu uma nematóide, um verme que esteriliza os ovos da vespa, que quando implantado na árvore acaba fazendo o controle natural desta praga. Quem fiscaliza e monitora a vespa é a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). "A vespa está sob controle. Mas é necessário ficar atento, não dá para descuidar", finaliza Rosmari de Ré, fiscal agropecuária.

CIFLORESTAS - BRASIL - 26 agosto 2015